Nem que chova forte
canivete, gilete
no sul e norte
aquela chuva insecável
que cai doida sem aviso
a tudo alaga
e depois pára,
nada disso se compara
ás sobrancelhas do meu amor
Ainda que faça calor
essas curvas, esse feixe de expressão e frescor
prepara as olhadas
Esses espessos grafites
emolduram as embocaduras
de todas as máscaras dele
e nenhuma delas esconde nada
todas empunham
ambas artimanham
o dengo dele
a coragem dele
Nada lateja
Nada verdeja
sem a elas perguntar, consultar
pra que lado volvem, resolvem,
a que correnteza sugerem
Essa arquitextura consegue
me fazer mulher e menina
gigante e anã
dama e cortesã.
Essas sobrancelhas parecem
uma obra nova
inspiração não vã.
parecen rodin.
Sampa, 6 de julho de 1995
Autora: Elisa Lucinda
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